Peguei 3 ursos, pardos, e dois leões da montanha, meu humor melhorou gradativamente quando voltei para casa. Olhei no relógio e vi que já estava quase na hora de ir para a escola, tomei banho rapidamente, coloquei uma roupa fashion e rapidamente parei na casa da Bella.
-Melhorou o humor?- Ela estava receosa, sorri abertamente.
-E muito, estou me sentindo muito mais leve.- Eu disse enquanto ligava o carro.
-Sabe, você depois que caça, fica muito mais linda.
Respirei fundo, sabia que ela só fazia isso para eu transformá-la.
-Eu sei Bella, quando estamos com muita sede –como eu estava- nossa pele fica em um branco assustador para os olhos de um humano, as olheiras e o preto piche dos olhos ajudam a nos dar uma forma ainda mais assustadora.
-Mandy, você nunca será assustadora. Não pra mim.- Ela comentou simplesmente me fazendo rir. Ela nunca me viu lutando, ou com uma raiva extrema.
-Claro que não, e se depender de mim nunca verá.
-Por que?- Revirei os olhos.
-Como você é curiosa. –Ri levemente- Mas... respondendo sua pergunta, quando eu fico com raiva, ou quando eu luto, eu fico “cega” perco todos os sentidos, tendo somente a pessoa como foco. Eu começo a atacar sem parar, e enquanto não ver ela morta não paro.
-E.. você tem raiva de alguém?- Ela me perguntou receosa.
Respirei fundo sabendo que eu tenho raiva dos Cullen, mas ela irá se surpreender com minha resposta.
-Na verdade, em todo esse tempo que eu vivi, tenho raiva exclusivamente de uma pessoa, ou vampiro, como é o caso.- Trinquei os dentes e apertei os dedos no volante.
-E quem é?
-Eu não sei o seu nome, mas seu rosto esta gravado em minha mente dês de quando eu o conheci. É o cara que matou meu criador.
-Mas você me disse que...- A cortei.
-Sim, como eu te disse, meu criador é meu pai biológico. E me transformou, por isso mesmo que tenho raiva desse vampiro.
-E como chama seu pai/criador? E você Mandy, qual seu nome?- Bingo! Sabia que ela chegaria nesse ponto. Sorri, já estávamos na escola.
-Venha vamos descer.- Mudei rapidamente de assunto, com os anos aprendi a mudar de assunto rápido.
O que resultou em uma enorme careta de Bella, e eu sabia bem o por que dessa careta, toda vez que o assunto era meu passado, e eu via que era algo comprometedor, eu mudava de assunto rapidamente.
-Bella?- A chamei assim que sentamos em nosso lugar.
-Oi?!- Ela estava perdida em seus pensamentos confusos.
-Será que você poderia, por favor, parar com esses pensamentos e emoções? Isso me confunde.- Franzi o cenho.
-Mas eu queria tanto saber o seu passado.- Ela fechou a cara e fez bico.- Você sempre foge desse assunto, ou muda completamente, isso me deixa irritada!
-Eu sempre te conto algumas coisas importantes sobre meu passado. Só não falo meu nome, o nome do meu pai, onde eu nasci e em que época eu vivi.- Ela bufou.
-E é exatamente isso que eu mais quero saber.
-Bella na hora certa você saberá, você vai ver.
Por sorte o professor chegou, fazendo eu e Bella olhar para ele e prestar atenção na aula. Na verdade, Bella prestava atenção, eu me perdi nos meus pensamentos.
Flash Back ON!
“A sala era escura, mas eu conseguia ver perfeitamente, meus olhos se ajustaram a escuridão rapidamente, percebi então que minha garganta estava seca.
-Olá querida, que bom que acordou.- Uma voz conhecida, e um pouco diferente me chamou.
-Pai?- Minha voz saiu melodiosa e diferente, me assustei um pouco, o fazendo rir da minha confusão.
-Sim, eu mesmo querida.- Ele acariciou meu rosto.- Se lembra daquela pesquisa que eu e sua mãe fizemos?
-Lembro.- Eu ainda estava assustada com minha voz, mas tentei ignorá-la, e fitei o rosto perfeito de meu pai.
-Ela deu certo. Mas eu consegui escapar com vida. E virei vampiro minha linda, e te transformei, você também é uma vampira agora.
-Mamãe também virou?- Perguntei receosa, e ele trincou os dentes, mas foi por uma fração de segundos, que quase nem percebi.
-Infelizmente não.- Meu coração se apertou.- Mas não se preocupe, não sobrou um para contar historia, matei todos.
E então ele começou a explicar sobre a experiência, que assim como ele houve outros que sobreviveram, mas ele foi o primeiro a acordar, assim como foi o primeiro a fazer a experiência. Mas assim como muitos outros, mamãe não conseguiu, e ela morreu.
Senti meus olhos arderem, senti algo quente descer por meu rosto, e as famosas lagrimas escorrerem por meu rosto, fui as limpar, e para a minha surpresa –e de meu pai- eu estava chorando sangue...
-Minha florzinha, você é muito mais especial que eu pensei, afinal, nem um vampiro pode chorar.
-Nossa! –Eu estava incrivelmente chocada.- Papai, temos que fugir, afinal somos da...
Ele colocou a mão na minha boca impedindo de falar, e apenas assentiu.
Cem anos depois, os vampiros já estavam em uma boa parte do mundo, nós nunca transformamos ninguém, pois tínhamos medo dos poderes dos transformados. Mas papai encontrou Jharemy, e ele se passou a ser meu irmão. Ele não tinha poder, o único poder que ele tinha era nas lutas, que nós dois juntos éramos ainda mais invencíveis.
Esses poderes dele só aparecia quando eu estava junto dele, e queríamos proteger algo, ou alguém. Papai era como a gente, ninguém vencia nós três juntos, mas separados somente eu tinha poderes.
Pensei que a pior dor, era a dor da transformação, a pior dor é quando você vê a pessoa que você mais ama morrer na sua frente, e você não pode fazer nada.
Estávamos fugindo, Jhamy –como eu o chamava- transformou uma mulher, e esta fugiu para o Sul. Onde havia várias guerras entre vampiros por causa de terras, mas era tudo encoberto para os humanos não descobrir nossa existência.
E foi quando meu pai a encontrou, em um hospício, mas nós três sabíamos que ela não era louca. Então papai resolveu transformá-la. Já havia se passado séculos dês de a ultima vez que ele transformou Jhamy.
Levamos exatas duas semanas para nos decidir. E foi o tempo de aparecer outro vampiro, e querer ela, um vampiro que não sabe quem nós somos, e este resolveu mata-la, mas papai foi mais rápido, e a transformou.
Assim que papai a mordeu, o vampiro apareceu e começou a lutar contra ele, resolvi aparecer, mas ele me ordenou que ficasse escondida onde estávamos. Eu estava com medo, papai nunca lutou, não sem a minha ajuda.
Queria poder ajuda-lo, mas Jhamy disse para obedecer o papai, e me segurou, e então nós dois vimos o vampiro desmembrar e queimar meu pai. A dor no meu coração era insuportável, eu queria matar o vampiro, mas Jhamy não deixou, ele me tirou daquele lugar.
E a partir desse dia me fechei para o mundo, me fechei para tudo, foi aquele ano que transformei o garotinho, e estava tão preocupada com ele que não vi, os humanos queimando meu irmão vivo. E me culpo todos os dias depois disso.”
Flash Back OFF!
-Mandy?!- Escutei a voz de Bella ao longe e voltei a realidade, e junto a realidade a dor da culpa e da perda. Limpei a única lagrima solitária que caia pelo meu rosto. Bella não sabia que eu sou a única vampira que pode chorar, mesmo que seja lagrimas com sangue. Queria chorar, e por isso fechei os olhos, e me concentrei no tempo. Logo uma chuva super forte começou a cair.
-Mandy, por que você esta triste?- Bella me perguntou visivelmente preocupada.
-Me lembrei do passado Bella.
Enquanto as aulas iam passando, eu agia mecanicamente, e a chuva caia cada vez mais forte. Não dizia nada, ficava me afofando na culpa, e na dor.
Na hora do intervalo, eu não tinha mudado nada, se tinha foi para pior, os Cullen me observavam curiosos e confusos ao ver a expressão de Bella, que estava visivelmente preocupada comigo.
-Mandy, por favor, não fique assim... isso passa.- Ela me consolava.
Meu coração se apertou mais ainda, e um trovão ecoou pelo céu, assustando a todos, pois a força foi tanta que o chão tremeu levemente.
-Mandy se acalma por favor.- Bella suplicava ainda mais, quando sentamos na nossa mesa.
Outro trovão, dessa vez com relâmpagos e raios cortavam o céu, coloquei a minha mão no rosto.- Foi minha culpa, minha culpa, eu deveria ter morrido a tempos.- Sussurrava no meio da minha dor.
Mais chuvas, trovões, raios, relâmpagos cortavam o céu, um vento super forte, que parecia que levaria a escola do lugar. Bella me abraçou, e eu fechei os olhos.- Por favor Mandy, não diga isso, eu sei que você se sente mal por ter transformado uma pessoa em vampiro. Mas Mandy, como você me disse faz mais de trezentos anos que isso aconteceu, você tem que superar.- Bella acariciava meus cabelos e tentava me acalmar.
-Bella, vou te dar um resumo de tudo, se eu tivesse ajudado meu pai, ele não teria morrido naquela luta. Se eu não tivesse transformado aquele garotinho, eu não teria perdido meu irmão.
Ela começou a me sacudir, e olhar fixamente em meus olhos, enquanto eu chorava pela chuva que caia lá fora.
-Mandy, você enlouqueceu? Você não tem culpa do que aconteceu no passado, você teve que obedecer seu pai, se ele mandou você não salvá-lo foi pelo seu bem, e você teve que cumprir.
Antes que eu respondesse o sinal tocou, Bella me largou, e fomos para a aula de biologia. Nos sentamos no mesmo lugar de ontem, e Edward já estava lá.
-Olá meninas.- Ele disse sorrindo, Bella suspirou levemente, e eu segurei o riso.
-Oi.
Dissemos juntas, e rimos. Era engraçado como nós algumas vezes falávamos juntas, como irmãs gêmeas.
-Er... Mandy, eu queria, em nome da minha família, pedir desculpas por ontem.- Ele estava envergonhado, sorri.
-Tudo bem Edward, eu entendo. E outra, eu estava de mal humor, pois estava com fome.
Pisquei, e nós três sorrimos, chamando a atenção de alguns alunos, que nos olhavam incrédulos, já que nem eu e Bella e nem os Cullen falávamos com ninguém, o professor entrou chamando a atenção dos alunos.
-Bom pessoal, vamos fazer um trabalho em duplas, ou como no caso do Cullen, da Swan e da Mandy em trio.
Respirei fundo, lá vamos nós de novo.
-Vamos fazer assim: a Bella começa, o Edward segue, e eu escrevo...
-Por que você tem que escrever?
-Porque ela tem a letra mais perfeita.- Bella disse simplesmente.
-Vamos ver?
Eu ri, e assenti, ele escreveu o nome dele no papel, e realmente a letra dele é incrível, sorri e escrevi meu nome e o nome da Bella, e pela minha visão periférica o vi fazendo careta.
Bella riu levemente, ajustou a lente e olhou no slide, e disse.
-Prófase.
-Posso ver?
Revirei os olhos, por que ele pensa que a Bella errou? Dei de ombros, e escrevi antes mesmo dele olhar. Ele ajustou a lente, e também olhou.
-É tem razão, é prófase.
Ele trocou o slide, e olhou dizendo:
-Anáfase.
-Posso ver?
Mordi o lábio inferior para não rir, sabia que a Bella não iria deixar essa passar. Edward olhou de novo, e disse:
-Interfase... Quer checar?- Edward disse olhando nos olhos de Bella que retribuía, poxa, estou sobrando aqui!
-Não, confio em você.- Bella disse e sorriu levemente, e seu coração disparou.
Pronto! É o que eu precisava para começar a rir, disfarcei a gargalhada com leves tossidas. Essa frase há dois significados, os dois me olharam confusos. Eu nada disse, só dei uma olhada para Bella, que compreendeu minha olhada maliciosa, e corou no mesmo instante.
-Sabe... eu odeio quando vocês conversam pela mente.- Edward disse bufando, eu e Bella sorrimos levemente.
-Sabe Edward, a gente não estávamos nos falando pela mente.- Eu disse simplesmente, com um sorriso no rosto, enquanto terminávamos nosso trabalho.
-Não?!- Ele estava surpreso. E eu ri.
-Não. Já que eu e Bella nos conhecemos a tanto tempo, as vezes nos comunicamos pelo olhar.
-AH! Entendi.
Sorrimos para ele, e fomos para nossas outras aulas, que se passaram normais, traduzindo: chatas e monótonas.
Eu estava me roendo de curiosidade para chegar o momento de conversar com Bella sozinha. Por sorte, a mesma iria para minha casa enquanto tio Charlie não chega, eu a levaria para casa dela, e depois voltando mais tarde para protege-la a noite.
Assim que chegamos na minha casa, ela já imaginava meu interrogatório, ela se sentou no sofá, e eu fui saltitando para o da frente.
-Vamos Bella, me conte logo, quero saber cada detalhe.- Disse pulando no sofá, e ela revirou os olhos.
-Como se você não soubesse.- Ela murmurou, e eu a olhei feio.- Ok! Ok! Eu falo, acho que estou apaixonada pelo Edward.- Ela sussurrou timidamente.
Silencio. Cinco minutos se passaram, até que ela olhou para minha expressão, até que do nada.....
-AAAAAAAAAAAHHHHH!!!! Que ótimo! Isso é tão perfeito!! – Eu dizia e exclamava sorrindo e pulando.- Finalmente você se encantou por alguém que vale a pena.- Eu disse sorrindo.
-Você não vai me passar um sermão?- Ela estava chocada.- Dizer que é perigoso eu gostar de um vampiro e coisa e tal?
-Bella.- Disse calmamente ainda sorrindo.- Que você é imã para problemas isso eu não nego. Mas vejo que Edward é uma ótima pessoa, e como ele é vampiro, se ele te fazer sofrer, eu arranco a cabeça dele fora e fica tudo ótimo.- Nós duas rimos.- Mais o que é ainda mais importante é que você esta feliz.
Eu disse simplesmente, como uma mãe aconselha a sua filha pequena a não falar com estranhos. Bella sorriu ainda mais e me abraçou, e eu retribui, isso é uma coisa que eu nunca vou poder ter, filhos, e vi em Bella a filha que eu nunca vou poder ter.
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